No balanço final das eleições municipais deste ano, o governador Rui Costa saiu vitorioso na soma dos prefeitos eleitos que integram sua base de apoio na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). O PT (partido do governador) foi a legenda que mais perdeu prefeituras em comparação com a disputa de 2012 (caiu de 93 para 39 neste ano), mas em contrapartida os partidos que integram a base de apoio do governo mantêm a liderança no número de prefeitos. É o caso, por exemplo, do PSD (Partido Social Democrático), do senador Otto Alencar.
A sigla elegeu 82 gestores neste ano (entre eleitos e reeleitos), e passa a ter a maior representação no Executivo municipal em todo o estado, com 82 prefeituras conquistadas (elegeu 70 em 2012). No total, os partidos da base de Rui Costa detêm o comando de 270 municípios. Além de PT e PSD, as siglas que compõem a base do Executivo na Assembleia são PP, do vice-governador João Leão, com 57 prefeitos eleitos; PSB, da senadora Lídice da Mata, com 21 vitoriosos; PR, com 19; PDT, com 18; PSL, do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo, com 15 prefeitos; PCdoB, com 12. PR não têm representação no Legislativo atualmente. As legendas de oposição ao governo Rui conquistaram 142 prefeituras.
Quem lidera a lista é o PMDB, que conquistou 47 prefeituras. Em seguida aparece o Democratas, que, puxado pelo ‘fenômeno’ ACM Neto, saltou de nove eleitos nas eleições de 2012 para 34 neste ano. Fazem oposição ao governo do Estado ainda PSDB, que conquistou 19 prefeituras; PRB, com 9; PSC, com 6; PPS, também com 6; Rede, com 3; PTB, com 11 e o PTdoB, Solidariedade e PTC, que elegeram um prefeito cada. Apesar de o PT ter saído enfraquecido das urnas, a situação do governador Rui Costa não ficou tão delicada quanto se pode pensar para a disputa de 2018, quando ele provavelmente tentará se reeleger.
Em entrevista à Tribuna na semana passada, o professor de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Joviniano Neto analisou que pouco mais de 60% do total do eleitorado baiano está espalhado em cidades que têm menos de 50 mil eleitores. Ainda de acordo com o especialista, somente 24 das 417 cidades baianas têm colégio eleitoral considerado grande. Joviniano afirma que “sem dúvida” ACM Neto se tornou “candidato natural” da aliança DEM-PMDB-PSDB ao governo do Estado em 2018, mas pondera que a queda acentuada do PT no número de prefeitos eleitos neste ano (saiu de 92 em 2012 para 39 em 2016) não reflete em enfraquecimento automático de Rui Costa, por causa da musculatura dos partidos que compõem sua base de apoio. (As informações são do Jornal da Chapada)