O braço de uma das jovens foi quebrado em quatro lugares, a escola tem em vigor campanhas contra a violência.
Um desentendimento banal gerou uma briga inicialmente verbal, mas passando a graves agressões físicas no Centro Educacional Renato Pereira Viana, no distrito de Tanquinho, na cidade de Lençóis.
Na última terça-feira, 7, por volta das 14h, duas irmãs gêmeas estavam conversando com colegas na instituição quando perceberam alguém no portão que dá passagem aos fundos da escola, local que normalmente fica fechado para acesso. Ao sair do local, o grupo sentou-se em outra parte do pátio da unidade, mas uma das gêmeas resolveu tentar descobrir quem estava por trás da porta e, ao olhar fixamente, desagradou um rapaz, de 17 anos, também aluno da instituição. A partir daí, ele teria começado a insultar e intimidar a menina que, ao revidar as agressões verbais, começou a ser agredida.
A irmã tentou interferir, mas também foi atingida e desmaiou, no entanto, as agressões contra ela continuaram. Uma das meninas teve o braço quebrado em quatro lugares após o rapaz prendê-lo no portão e fechar com violência.
As meninas foram levadas por docentes da unidade escolar para o Hospital Regional da Chapada, em Seabra, onde foram atendidas. Uma delas passou por uma cirurgia e teve alta nesta quinta, 9. De acordo com familiares das vítimas, não havia histórico de desentendimento entre as garotas e o rapaz.
A mãe das meninas registrou a ocorrência de lesão corporal na Delegacia Territorial de Lençóis. Segundo a Polícia Civil, depoimentos foram coletados e diligências investigativas já estão sendo realizadas para elucidar o fato.
O Núcleo Territorial de Educação (NTE) 3, da Chapada Diamantina promoveu uma reunião que contou com a presença da prefeita de Lençóis, Vanessa Senna e de representante da Secretaria de Educação do município com a família das duas meninas, a fim de oferecer auxílio com medicamentos e acompanhamento por meio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Conforme informado pela diretora do NTE, Jucelina Guanais, o Conselho Tutelar também foi acionado para contribuir com os estudantes e ajudar a resolver a situação e a escola está empenhada em acolher todos os envolvidos com diversos tipos de acompanhamento.
“A escola tem ações de prevenção à violência nas duas unidades (sede e distrito de Tanquinho). A escola é lugar de formação do estudante, de encontro, de sadia convivência para a reconstrução do bem-estar das novas gerações. É, por excelência, um lugar de encontro e vamos trabalhar para que todos e todas possam vivenciar essa verdade”, afirmou Jucelina.
Maurício Alves é coordenador pedagógico na escola e conta que as ações que já estavam em curso na escola serão intensificadas e consistem em campanhas contra bullying e violência na escola, com rodas de conversa, leitura de textos, debates e reuniões com pais e mestres sobre o tema. De acordo com o educador, desde o final da pandemia pelo coronavírus e o retorno dos estudantes ao ambiente escolar, o corpo gestor e docente da escola percebeu alterações de ansiedade nos estudantes.
“Nesse momento, a gente lembra que o necessário é uma medida socioeducativa, temos que lembrar que somos regidos sob a luz do Estatuto da Criança e do Adolescente, então nessa égide temos que preservar a segurança dos dois, apurando o que aconteceu e, independente disso, preservando identidade e segurança dos alunos e prezando para que eles continuem estudando. Expulsando um deles, a escola entende que tiraria o direito de estudar e de se ressocializar”, explicou Maurício.
No entanto, o coordenador também informou que o garoto responsável pelas agressões foi transferido para um outro anexo, que funciona em local e horário diferente do das meninas e que as medidas punitivas cabem às investigações policiais em curso. “As duas famílias estão machucadas, não podemos esquecer que são dois adolescentes”, completou.
Aline, mãe das meninas concedeu uma entrevista no Jornal do Meio Dia nesta quarta-feira, dia 15/05.
Confira:
Ananda Azevedo | Foto: Informe Baiano
