No Dia Nacional do Café conheça a história de pai e filho de Pernambuco que priorizam o grão chapadeiro.
O café é, sem dúvida, uma das paixões nacionais. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), o brasileiro toma, em média, 1430 xícaras da bebida por ano e nove, de cada dez habitantes do país com mais de 15 anos consomem café. Isso tudo significou um consumo nacional de 21,7 milhões de sacas só no ano de 2023.
Os números do consumo brasileiro impressionam, mas não é só no país que o café brasileiro faz sucesso. O Brasil é reconhecido como o maior produtor do mundo, por isso, muito do que se produz aqui, é consumido lá fora. Entre os anos de 2022 e 2023, 31% do café consumido no mundo foi o brasileiro, conforme a ABIC.
A cada dia, novas regiões e produtores estão empenhados em garantir a qualidade dos grãos, em cada um dos selos que representam a pureza e o tipo do café. Na Chapada Diamantina, os cafés encantam pela qualidade em todos os selos, desde os tradicionais até os especiais. Não raro, quem se aproxima do universo encantador do café, acaba empreendendo e trabalhando com o produto.
Foi o caso do pernambucano Bento Gonçalves, gerente de banco aposentado que, em visita à Seabra, acabou conhecendo o café da Chapada e passou a empreender na cidade. Foram algumas tentativas até que inaugurou o Café Alazão, empresa de beneficiamento do café, que adquire os grãos diretamente dos produtores chapadeiros, faz a torra e vende em mais de 10 cidades e distritos da Chapada e região.
De acordo com Bento, que atualmente trabalha com os produtores de Barra da Estiva, os cafés da Chapada são diferenciados e ele se orgulha de trabalhar integralmente com grãos da região. “O nosso café onde vai entrando, vai ganhando mercado; a gente tem seis anos, mas é o terceiro maior café tradicional da região, usando apenas café da região, genuinamente chapadeiro. Tem gente que mistura café de Minas, no nosso nunca botei um grão de café de fora”, contou.
Ele conta que a qualidade do café 100% arábica é um diferencial e, por isso, vende bastante. “Normalmente vendemos 120 sacas de café a cada 5 dias, são mais de 7 toneladas”, detalhou. A empresa é familiar e Bento trabalha com a mulher e o filho, que também se chama Bento e compartilha com o pai, além do nome, o encanto pelo café da Chapada Diamantina.
Ele já tem marca própria, a Oxente Café, que representa a linha de cafés especiais da família, com notas sensoriais e grãos selecionados da cidade de Piatã, que é reconhecida como uma das mais tradicionais produtoras de cafés especiais da Chapada. A empresa atualmente trabalha com os grãos da Fazenda Sítio Santana, que ele faz questão de mencionar como produtora de grãos “excepcionais”.
A empresa tem sede em Recife (PE) e Bento Peres, que é barista, coffee hunter e torrador, toca a compra, torra e distribuição. Ele conta que a empresa nasceu para mostrar para o público de Pernambuco que bem pertinho, no nordeste, há cafés de alta qualidade. “O Nordeste é rico em cafés bons, tanto em Pernambuco e Ceará, quanto na Bahia. Eu trabalho com a Bahia não só pela facilidade logística, nem pela amizade com os produtores, mas por ter cafés maravilhosos que tem uma doçura própria, com notas frutadas. Isso, por exemplo, é o diferencial de Piatã e é uma coisa que o mercado está gostando muito. A Oxente nasceu para valorizar esses tipos de café.”
Bento explica que a Chapada é um dos berços do café brasileiro e que já é costume desta região se destacar pela qualidade dos grãos. “A gente sempre procura qualidade por isso que a gente escolhe a Chapada Diamantina, pra mostrar que café não é só café, café tem variações, tem notas sensoriais, tem qualidade e a Chapada realmente é diferenciada, traz cafés maravilhosos sempre com aqueles micro lotes e nano lotes surpreendentes”, completou.
No dia 24 de maio, é comemorado o Dia Nacional do Café, celebrando uma das bebidas mais populares do país e o fato de a exportação dos grãos nacionais ser uma das maiores do mundo. A cultura cafeeira faz parte da história do país, tem importância significativa na economia brasileira e está presente direta ou indiretamente no cotidiano de quase todos os brasileiros.
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Ananda Azevedo | Fotos: Divulgação
