Livro ambientado na comunidade quilombola do Tejuco, zona rural da cidade, já foi lançado oficialmente na Bienal do Livro da Bahia, em 2024
No próximo domingo, 16, às 16h30, a literatura ocupará a Praça Dr. José Gonçalves, em Palmeiras, na Chapada Diamantina, com o Sarau Preto é Poesia, atividade pensada pela contadora de histórias Elce Emanuela, também docente da Escola Municipal Souto Soares.
O sarau pretende costurar atividades desenvolvidas em conjunto com os estudantes da escola e de convidados de comunidades quilombolas da região, a exemplo do povoado do Tejuco, ambiente do livro infantil ‘O Quintal do Vô Modesto’, cujo lançamento local será o grande destaque do evento.
O livro, escrito por Enia Ramos e Manu Ramos, traz ilustrações de Lucas Ribeiro, jovem que cursou o ensino médio na escola rural da localidade do Tejuco e foi o responsável por transpor as vivências e as memórias afetivas imagéticas para o livro.
A narrativa nasceu em frente à Serra do Sincorá, tendo como ambiente o quintal do guardião das memórias do povo da comunidade quilombola do Tejuco, o senhor Modesto Manoel da Paixão, como uma simbologia do território de identidade da Chapada Diamantina. Da mesma comunidade, a personagem Maria Alice, de cinco anos, empresta sua energia para a trama que gira em torno do sumiço da sanfona da localidade bem no dia do forró comunitário.
O enredo abraça múltiplas linguagens, especialmente a literatura e a musicalização representada nas brincadeiras e cantigas de roda trazidas no livro.
A autora Manu Ramos conta que sempre teve intimidade com a literatura e, a partir de experiências pessoais, pensou a história que inicialmente foi um livro artesanal, escrito e ilustrado pelas mãos de estudantes da região.
“Me veio esse desejo de escrever sobre o imaginário infantil, sobre as experiências das crianças, homenageando senhor Modesto um senhorzinho que costumava ficar sentado em uma pedra debaixo de uma árvore, e toda vez que a gente pegava o carro para Palmeiras, o encontrávamos com uma palavra, um olhar, um abraço. O livro se chama ‘O Quintal do Vô Modesto’ porque normalmente os quintais dos avôs são locais em que as crianças vão brincar”, contou.
Pensando na possibilidade de ampliação do público do livro, a história foi transposta para um livro convencional, editado pela Editora Cógito e lançado oficialmente na Bienal do Livro Bahia 2024.
Agora, o município de Palmeiras terá a chance de receber o lançamento local do livro, reverenciando o ambiente da comunidade onde se passa a história, no sarau, iniciativa contemplada pelos editais da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Turismo e Cultura da cidade de Palmeiras.
No dia 13, o Jornal do Meio Dia, recebeu para uma entrevista a professora Emanuela e o ilustrador Lucas. Confira:
Ananda Azevedo | Fotos: Divulgação assessoria
