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Festival de Jazz do Capão está confirmado para 2024 

Com 10 edições realizadas, festival retorna após cancelamento em 2023

Após atravessar dificuldades e cancelar a edição de 2023 por falta de recursos, o público que ama a música e o Vale do Capão já pode comemorar: o Festival de Jazz do Capão está de volta.

Na manhã dessa segunda-feira (1º), um post no perfil oficial do festival nas redes sociais anunciou a confirmação da realização da edição 2024, ainda sem data marcada. “2023 foi um ano de respiro, nunca uma ausência, um ato de resistência”, informou a nota.

O anúncio foi recebido com entusiasmo pelo público saudoso que, no ano passado, viveu junto ao grupo realizador a frustração pela falta do edital de projetos calendarizados da Secretaria de Cultura (Secult) do estado, o que impossibilitou a sua realização.

Na ocasião, setembro do ano passado, o pronunciamento em vídeo do idealizador e diretor do evento, Rowney Scott, ressaltou a parceria com a Secult existente desde 2017 e o fato de o festival ser um evento importante para a localidade, zona rural do município de Palmeiras, na Chapada Diamantina. Rowney também criticou a falta de retorno do secretário de cultura, Bruno Monteiro, à tentativa de diálogo dos produtores culturais, além de citar alguns dos importantes eventos que também foram cancelados em 2023.

Ao final, foi categórico. “O Festival de Jazz do Capão já superou a censura de um governo fascista e, com certeza, sobreviverá a mais esse momento difícil e inesperado”, fazendo referência a outro momento, em 2021, quando o festival teve patrocínio da Lei Rouanet negado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte) em um parecer que citava o posicionamento do festival como ‘antifascista e pela democracia’ para embasar o indeferimento. Nesse ano, a fundação do escritor Paulo Coelho e da artista plástica Christina Oiticica ofereceram patrocínio para contribuir com a realização do evento.

Para 2024, ainda não foram divulgadas informações sobre data e programação, mas já se sabe que o festival estará mais engajado com a causa ambiental e os desequilíbrios causados pela desconexão entre o ser humano e a natureza. Na publicação oficial, a causa “Pelos Direitos da Natureza” foi apresentada como mote “por entender que a música e as artes têm o poder de abrir as mentes e sensibilizar os corações humanos.”

A cada edição, já é de praxe a realização de uma campanha de conscientização ambiental que envolve as redes sociais, os materiais do evento, como cartazes e banners, além das locuções durante as apresentações.

O Festival

As primeiras edições do Festival de Jazz do Capão ocorreram em 2010 e 2011 com o patrocínio do então Ministério da Cultura. Na época, artistas como Ivan Lins, Naná Vasconcelos, Hermeto Pascoal e Toninho Horta fizeram parte da programação.

Em 2012, o festival não aconteceu por falta de aporte financeiro, retornando nos anos 2013, 2014 e 2015 com o patrocínio do Programa Petrobras Cultural. Pelos palcos do festival nesses anos passaram nomes como João Bosco, Letieres Leite Quinteto, Dori Caymmi, Raul de Souza e Ricardo Castro.

Desde 2017, o Festival de Jazz do Capão conta com o apoio financeiro da Secretaria de Cultura da Bahia com complementação de patrocínio por meio da Lei Rouanet.

Em 2020, o festival não aconteceu por conta da pandemia do Covid-19, mas se preparou para 2021, cujas apresentações e workshops foram realizados virtualmente. A última edição aconteceu em 2022.

O evento vem recebendo artistas de renome internacional como Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Naná Vasconcelos, Débora Gurgel, Jaques Morelenbaum, Ivan Lins, César Camargo Mariano, João Bosco, Dori Caymmi, a americana Michaella Harrison, o grupo alemão Kapelle 17, além de artistas do Vale do Capão, de Salvador e estudantes do curso de Música da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Ananda Azevedo | Foto: Divulgação

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