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“Garimpando”: com estreia em setembro, documentário mergulha na história do garimpo da Chapada Diamantina

Documentário da produtora audiovisual Géssica Correia traz histórias inéditas do tempo do garimpo em Palmeiras.

A história da Chapada Diamantina, ou pelo menos parte dela, gira em torno do garimpo. As pedras preciosas que outrora movimentaram a economia e que fazem parte do imaginário coletivo, tomam corpo e formam essa realidade nos relatos de quem viveu, direta ou indiretamente, o garimpo na região.

Palmeiras, cidade que viveu seus dias de glória e riqueza impulsionados pela extração de diamantes, é um arquivo vivo dessa memória impressa nos casarões antigos coloniais, na pavimentação de pedras, nas igrejas e, imaterialmente, pela recordação dos que testemunharam esse tempo.

Preocupada em preservar esse arquivo cultural e revelar esse patrimônio imaterial da cidade em que vive, a fotógrafa e cineasta Géssica Correia, nativa da Chapada Diamantina, lança, neste mês de setembro, o documentário “Garimpando”. 

De acordo com Géssica, que assina a direção do filme, cuja fotografia expressiva firmada pelo fotógrafo Lucas Lima é um dos destaques, o documentário revela detalhes inéditos sobre a vida dos garimpeiros e o impacto do garimpo na formação da cidade. “O documentário conta a história do garimpo em Palmeiras, através dos garimpeiros, e um pouco também de como foi a construção da cidade. E nas entrelinhas, puxamos para vários outros tópicos: o papel da mulher no garimpo, a economia da cidade, a formação da cidade, tudo que envolve a construção de uma cidade, a gente trouxe no documentário”, contou.

A concepção do documentário exigiu uma pesquisa intensa e permitiu encontrar e incorporar, por exemplo, fotografias e ferramentas usadas na época, mas Géssica conta que informações preciosas foram surgindo durante o processo. “Muita coisa acabei descobrindo durante a construção do doc [sic] mesmo, por exemplo, não sabia que existiam garimpeiros vivos ainda. Esse povo não pode morrer sem a gente documentar isso. Tem também as tocas dos garimpeiros que ainda existem”, destacou. 

Com o documentário, que foi contemplado em edital estadual da Lei Paulo Gustavo Bahia, a diretora acredita que poderá ajudar a despertar o sentimento de pertencimento e promover a educação patrimonial, garantindo que as futuras gerações conheçam e valorizem esse importante capítulo da história de Palmeiras e da Chapada Diamantina. As grandes histórias e curiosidades inéditas do garimpo da sede do município e região pretendem fazer esse papel em Garimpando.

E de acordo com a diretora, há mais por vir. “Não deu para trazer tudo no doc, talvez depois eu possa transformar em filme ou fazer uma segunda edição. A gente focou agora na formação da cidade e nas Lavras Diamantinas, mas a gente quer depois detalhar sobre as zonas rurais de Palmeiras para desenvolver um pouco mais a história desses lugares como a gente fez com o godó de banana que é uma comida originada no garimpo.”

Estreia e exibições

O filme será lançado oficialmente na praça principal de Palmeiras, em 19 de setembro, um dia antes da sua estreia no Youtube. Além disso, o documentário será exibido em sessões de cinema itinerante em escolas públicas e três comunidades rurais da cidade, em outubro. Lagoa dos Patos, Tejuco e Serra Negra são os povoados que serão contemplados neste primeiro momento.

As informações podem ser acompanhadas por meio do perfil oficial do filme nas redes sociais, @garimpando.doc

A diretora

“Minha formação audiovisual foi acontecendo”, diz Géssica, 27 anos, que trabalha na Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Palmeiras e revela o desejo de se aprofundar na formação. Amante da área documental, é nascida e criada na Chapada Diamantina e confessa o recorrente interesse pela história da região.

Com Garimpando, ela dá mais um passo na realização do objetivo de preservar “memórias” por meio do audiovisual.

Esse é o seu segundo filme documental, tendo experiência anterior com seu primeiro filme, intitulado ‘Anos Luz’, uma produção feita com celular, que objetivou mostrar que belas produções cinematográficas podem ser feitas com “os recursos que se tem”.

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar n.º 195, de 8 de julho de 2022.

Ananda Azevedo | Fotos: Divulgação

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