Encontro aconteceu entre segunda, 04, e quarta-feira, 06, no Instituto de Geografia da UFBA.
Aconteceu nessa semana, entre os dias 4 e 6 de novembro, o I Encontro de Pesquisadores/as da Questão da Mineração na Bahia: diálogos interdisciplinares entre Universidades e Movimentos Sociais. O evento foi organizado pelo GeografAr, grupo de pesquisa da Universidade Federal da Bahia e o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), em parceria com instituições, entidades e, especialmente, organizações populares impactados pelo modelo de mineração brasileiro.
Um dos pesquisadores do GeografAR, que é membro da comissão organizadora do encontro, Lucas Zenha explica que a iniciativa não é inédita, já que o MAM também realiza eventos com temáticas que envolvem a questão da mineração.
Neste caso, no entanto, a ideia é que o evento possa se estabelecer como um espaço democrático que reúna tanto os produtores de pesquisas acadêmicas quanto os movimentos sociais e suas demandas. Quem explica é Valdirene Rocha, pesquisadora do GeografAR que, preocupada com a expansão da atividade mineral, acredita que a ciência e suas contribuições para o problema mineral devem ser popularizadas entre todos os envolvidos, sejam as comunidades, os pesquisadores, os profissionais empregados no setor e as universidades.
Os organizadores do evento acreditam que os efeitos e impactos da mineração não refletem apenas em quem está diretamente afetado pela presença das minas e suas estruturas de suporte, mas em toda a sociedade por diversas questões. Esse é um dos motivos que as pessoas precisam estar instrumentalizadas para entender o que significa a implantação das mineradoras em suas localidades e no estado, de forma mais ampla.
Para atingir esse objetivo, o encontro contou com a participação de lideranças comunitárias que vivenciam o problema em suas comunidades, a exemplo da comunidade de Itapicuru, em Jacobina ou Bocaina, em Piatã, ambas na Chapada e região. O testemunho dessas pessoas é crucial para descortinar a necessidade de a sociedade e o poder público voltarem, de fato, as atenções à questão.
O evento, em meio às discussões atuais, relembrou a tragédia do rompimento da barragem da Samarco, em Minas Gerais, que completa 9 anos. No dia 24 de outubro de 2024, o governo federal firmou um novo acordo de reparação para os atingidos, que ainda seguem em busca de justiça pelas vidas devastadas.
Outro resultado positivo esperado pela organização do encontro é o fortalecimento das articulações para a construção do 2º Encontro Nacional do MAM, a será realizado no Ceará em 2025.
O I Encontro de Pesquisadores/as da Questão da Mineração na Bahia: diálogos interdisciplinares entre Universidades e Movimentos Sociais conta com o apoio do Fundo de Amparo à pesquisa (FAPESB), da Coordenadoria Ecumênica de Serviços (CESE), da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), além de parcerias com o Instituto Federal da Bahia (IFBA), Instituto Federal Baiano (IFBaiano), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais, (AATR), Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA), Escola Família Agrícola de Licínio de Almeida-BA e Sociedade Brasileira de Geologia.
Fonte: CPT/Brasil de Fato | Foto: Helenna Castro/CPT