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Minas de diamante na região da Chapada e Irecê são leiloadas pelo Serviço Geológico do Brasil

Depósito baiano conta cm 245 milhões de toneladas de minério diamantífero divididos em cinco minas.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou, na tarde da quarta-feira, 27, o leilão de ativos minerários de ouro e diamantes Ouro de Natividade (TO) e Diamantes em Santo Inácio (BA).

Os depósitos do projeto Diamantes em Santo Inácio (BA), localizada no município de Gentio do Ouro, em região próxima à Chapada Diamantina e Irecê, foram arrematados pela empresa ASX Mineração. Ela ofereceu um percentual de 3,20% de bônus de produção, com garantia de R$ 50 mil. Os ativos foram disponibilizados no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presidência da República. 

O depósito de diamantes conta com 245 milhões de toneladas de minério diamantífero, estimando-se uma produção de aproximadamente 1,8 milhão de quilates de diamantes aluvionares, com teor de 0,58 cpht. Além da mina baiana, a ASX também arrematou o projeto Ouro de Natividade, em Tocantins, com 725 mil toneladas de minério e teor médio de 1,02 g/t. 

“A realização desses leilões é um marco para o SGB e todo o país. Os ativos estão em regiões com histórico de produção diamantífera e aurífera. Portanto, há um grande potencial de atrair investimentos e alavancar a economia das regiões, por meio de atividades minerais sustentáveis”, enfatizou o diretor-presidente do SGB, Inácio Melo. 

Questões ambientais

Santo Inácio é  é uma vila com cerca de 350 moradores do município Gentio do Ouro, na Chapada Diamantina. De acordo com matéria do jornal Correio, desde a década de 1980, o governo brasileiro faz pesquisas para tornar a área alvo de extração de pedras preciosas, através do Projeto Diamante de Santo Inácio. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), existem cinco processos ativos de solicitação de pesquisa para extração de diamantes em Gentio do Ouro. Todos foram feitos pela estatal Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). 

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o leilão “visa desenvolver o setor mineral no Brasil, atraindo investimentos que beneficiem tanto o município quanto a região e o país”. Gentio do Ouro, localizada na Chapada Diamantina, tem 10.884 habitantes. A remuneração média dos moradores é de 1,8 salário-mínimo, e a taxa da população ocupada é de 7,28%, segundo o Censo 2022. 

Em 2001, um relatório elaborado pelo Ministério de Minas e Energia destacou o potencial da extração. Desde aquela época, já havia preocupação com os impactos ambientais. “Os dados obtidos, conforme demonstrados pelos estudos preliminares, mostraram-se animadores, considerando os parâmetros enfocados e relativos ao teor do depósito […]  ainda necessita-se de estudo adicionais de pesquisa, que garantam atingir as condições mínimas de segurança, assim como aos problemas básicos de engenharia de lavra e de preservação ambiental”, dizia o documento. 

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) foi questionada sobre quais devem ser as implicações ambientais e sociais para o município, com o leilão da área. A reportagem também enviou questionamentos ao prefeito de Gentio do Ouro, Robério Cunha, sobre os impactos da extração de diamantes para o município, mas não houve retorno. Procurada, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE) disse que não se posicionaria sobre o assunto e indicou que a CPRM fosse questionada. 

Fonte: SGB / Jornal Correio | Foto: Laís Ossami/SGB e Divulgação SGB

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