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Seabra: escultura de minhoca gigante interativa abre visitação para o público nesta quinta, 23

Visitantes podem fazer um passeio pelo interior do ‘animal’ e acessar informações via QR Code para aprender mais sobre o funcionamento do organismo das minhocas.

A espera para o grande público conhecer a escultura da minhoca interativa de 30 metros está chegando ao fim. Nesta quinta-feira, 23, serão abertos os portões do Sítio Monte Alverne, localizado em Seabra, na Chapada Diamantina, para os visitantes que desejarem conhecer a famosa minhoca gigante e aprender mais sobre o animal, que desempenha um papel fundamental no meio ambiente.

A visitação ocorrerá por meio de agendamento, o que pretende organizar o fluxo de pessoas no dia a dia do sítio, por meio de um roteiro guiado em que os visitantes poderão percorrer, tanto a escultura principal, quanto os outros espaços do sítio, que fica na localidade da Prata do Meio, a 6km do centro da cidade.

No roteiro, está previsto também o acesso às áreas de produção das minhocas, dos adubos, além da loja que foi montada no local. Há planos futuros para que o espaço também ofereça um laboratório para os pesquisadores que queiram se aprofundar nas informações sobre o anelídio, com microscópio e outras funcionalidades.

Para visitar o sítio, é necessário fazer o agendamento por meio do link https://www.sympla.com.br/evento/visita-ao-sitio-da-minhoca-gigante/2802935, a ser disponibilizado dia a dia. Os ingressos custarão R$30 reais acrescidos de uma taxa no valor de R$3, o valor inteiro, ou R$15 reais, acrescidos de taxa de R$2,50 a meia entrada, este valor reduzido sendo destinado a pessoas idosas, crianças entre 5 e 12 anos e estudantes que apresentarem a carteira. Crianças de 0 a 4 anos não pagam.

Minhoca gigante

A minhoca gigante é feita de concreto e foi construída pelo especialista e dono do sítio João Gomes, de 60 anos, para que estudantes e turistas pudessem aprender mais sobre o animal, além de provocar uma conscientização acerca da importância da preservação ambiental.

A estrutura interna tem dois metros de altura, de forma que é possível entrar no animal e ver como funciona seu organismo por dentro. A estátua retrata a minhoca vermelha da Califórnia, que foi a primeira a ser criada por João. Seus órgãos internos em alto relevo são acompanhados por QR Codes informativos em áudio sobre a anatomia da minhoca.

O escultor Renildo Santos, de Utinga, também na Chapada Diamantina, foi o responsável pela construção e reprodução da estrutura interna, subsidiado por informações de um pesquisador renomado na minhocultura, o professor Jair Dionísio, da Universidade Federal do Paraná. Além deles, dois colaboradores do sítio trabalharam incansavelmente para dar forma à minhoca gigante, Edilson Oliveira e Sérgio Almeida.

Pesquisa, turismo e educação ambiental

O minhocário do João existe desde o ano de 1992 e sempre recebeu estudantes para visitação, seja de escolas públicas, privadas ou da parceira Escola Família Agrícola, de Seabra. O sítio também recebe estagiários, além de pesquisadores e futuros criadores de minhoca.

Todos eram convidados a receber um pouco do conhecimento acumulado do minhocultor, de uma forma mais informal e a partir da demanda de cada pessoa ou grupo.

No entanto, agora João tem como objetivo a oferta de conteúdo comercial, turístico, educativo e, especialmente, informações que promovam a consciência socioambiental, pela importância que a minhoca tem para o ecossistema.

“Se você chega aqui e é um empreendedor que quer investir na área para ganhar dinheiro, você tem os produtos para te inspirar e se você quer uma condução do ponto de vista ambiental, de fazer a sua parte como indivíduo para uma recuperação do planeta diante do caos que a gente está vivendo, você tem as nossas práticas de preservação, que a gente utiliza em nossos cultivos, além de ter a minhoca como símbolo de tudo isso”, explica João, que promoveu a construção totalmente com recursos próprios. Ele completa: “Eu encontrei na minhocultura uma alternativa orgânica, natural e saudável, que agregasse valor aos cultivos ao invés de destruir”.

Quem é João

Morador da Chapada Diamantina, no município de Seabra, João é criador de minhocas, sabe tudo sobre adubos naturais e tem mais de 20 mil seguidores no Canal da Minhoca, no YouTube e também nas redes sociais (@canaldaminhoca).

Fez a opção de largar tudo que tinha no campo empresarial na cidade e resolveu focar em um negócio rural, que antes foi a produção de hortaliças, que não deu muito certo e, atualmente, a criação e comércio de minhocas e adubos. “Era meu plano de muitos anos de, na melhor idade, cuidar só disso, de algo que tivesse uma proposta muito maior, na criação dos adubos, na produção de minhoca e tudo o mais”, conta.

Estudando, ele percebeu que as minhocas poderiam ser uma alternativa para ganhar dinheiro sem degradar a natureza e atualmente produz em torno de 70 toneladas em seus mais de 50 canteiros de minhocários das espécies Vermelha da Califórnia e Gigante Africana. Apaixonado pela área, em seu canal de vídeos explica os benefícios das minhocas para o solo, criação comercial dos animais, entre outros temas e nas redes sociais apresenta o dia a dia do sítio.

A ideia de fazer a escultura surgiu em uma viagem para São Paulo, onde visitou uma abelha gigante interativa, na qual também era possível verificar os órgãos internos. Agora, construída a minhoca, João pretende levá-la para o Guiness Book como a maior escultura de minhoca do mundo.

Ananda Azevedo | Fotos: TV Bahia/Acerbo pessoal João Gomes

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