Crimes ocorreram em um momento em que todos os moradores estavam reunidos em outra localidade.
No último dia 23, um domingo, a comunidade quilombola da Vazante, zona rural de Seabra, na Chapada Diamantina, se reuniu para celebrar o padroeiro local, São José, uma manifestação religiosa tradicional realizada anualmente. No entanto, neste ano, a comunidade, que está sendo gradativamente realocada para a localidade de Capão da Vazante por conta da construção da barragem de Baraúnas/Vazante e futura inundação da área, realizou o festejo no local em que passaram a viver depois que as obras da barragem foram intensificadas.
Seria apenas uma celebração da cultura e tradição locais, de forma tranquila, não fosse a maneira como encontraram as casas e estruturas comunitárias como a Capela de São José ao retornarem dos festejos. No local, praticamente todas as casas tiveram suas portas arrombadas, incluindo a capela, de onde até o sino foi roubado. Pertences foram levados e, no final, à comunidade restou a sensação de desrespeito e insegurança.
A comunidade da Vazante foi certificada como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, o que expõe, com o ato, ainda mais desrespeito pela cultura tradicional de Seabra, da qual a história da Vazante faz parte.
Em busca da identificação e responsabilização dos culpados pelos furtos e atos de vandalismo, foi registrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia Civil, em Boninal e agentes de investigação já estiveram no local no dia seguinte ao ocorrido. Infelizmente, até o momento, ninguém foi responsabilizado.
O assunto foi comentado no JMD desta quarta-feira, 02 de abril. Confira.
Ananda Azevedo | Foto: Reprodução Redes Sociais