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Prefeitura de Utinga faz homenagem ao povo indígena Payayá

Em 19 de abril, comemora-se o Dia dos Povos Indígenas.

A Prefeitura de Utinga, em suas redes sociais, aproveitou a passagem do Dia dos Povos Indígenas, comemorado anualmente no dia 19 de abril, para fazer um reconhecimento ao povo indígena Payayá, considerado guardião do território da cidade.

No post, a prefeitura reconheceu o território ancestral do povo Payayá e a sabedoria do povo que cultiva o equilíbrio, respeito à natureza, cultura e solidariedade. “O nome “Utinga”, que vem do tupi e significa “águas claras”, carrega em si a presença e a força de um povo que é raiz, memória e também presente. Os Payayás seguem conosco, protagonistas da nossa história e fundamentais na construção de uma cidade mais justa, sustentável e humana. Nossa homenagem é feita de gratidão, reconhecimento e compromisso com os direitos, a cultura e a memória dos nossos povos originários. Que a ancestralidade continue nos guiando”, dizia a nota publicada e assinada como “Prefeitura de Utinga – Terra de águas claras e de memórias profundas.”

Seguindo a prefeitura, o gestor municipal Atila Karaoglan também escreveu, em suas redes sociais, uma homenagem ao povo Payayá. Em um trecho, ele cita: “Temos orgulho de ser território do povo Payayá, que segue presente, forte e respeitado. Eles nos ensinam, todos os dias, sobre equilíbrio, sustentabilidade, respeito à natureza e economia solidária — lições que o mundo precisa reaprender”.

Povo Payayá: um pouco da história dos povos indígenas em Utinga

Antes da colonização, o povo Payayá ocupava na Bahia uma área de 300 mil Km², especialmente os sertões da Chapada Diamantina, mas não apenas essa região, suas terras partiam do recôncavo, subindo o vale do Paraguaçu, abrangendo além da Chapada Diamantina até o São Francisco, áreas como Jacobina, Saúde, Campo Formoso, Morro do Chapéu e Utinga, além da região onde hoje estão Alagoinhas, Irará e Feira de Santana.

Após a colonização chegaram a ser declarados extintos. Na tentativa de reconstruir sua história, conseguiram identificar descendentes da etnia e reconquistaram uma pequena parte desse território.

Desde janeiro de 2019, cerca de 100 famílias Payayá habitam uma área de 112 hectares, reconquistadas numa negociação histórica finalizada após 6 anos entre os indígenas e o governo.

Nessa área, os Payayá implantaram um viveiro de mudas que já conseguiu recuperar milhares de árvores no estado da Bahia, e se tornaram essenciais na defesa dos recursos naturais em Utinga. São considerados responsáveis pelo reflorestamento na bacia do Rio Utinga.

Cacique Juvenal Payayá

Escritor, poeta, desenhista, ativista, professor, palestrante, entre outras atividades, Juvenal Teodoro da Silva, o cacique Juvenal Payayá nasceu em uma aldeia na Chapada Diamantina, em 1945. Estudou História, na Universidade de São Paulo (USP), e Economia, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). É membro da Red Latinoamericana por la Defensa del Patrimonio Biocultural e membro fundador dos movimentos Associativo Indígena Payayá (Maip) e Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba). Foi membro também dos conselhos estaduais de Educação da Bahia (CEE-BA) e dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado (Copiba). É autor de mais de uma dezena de livros publicados, entre romances, contos, crônicas e poesia, alguns em coautoria com sua esposa, Edilene Payayá. Em 2024, recebeu o o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).

Fonte: Pacova.org, Teia dos Povos | Foto: Reprodução Redes Sociais

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