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Em Seabra, três territórios se reúnem em prol da promoção da igualdade racial

Enfrentamento ao racismo estrutural e construção de políticas públicas que atendam às necessidades das comunidades estiveram entre as principais discussões.

Nessa terça-feira, 22, os territórios da Chapada Diamantina, Piemonte do Paraguaçu e Velho Chico reuniram seus representantes em prol das discussões acerca da promoção da igualdade racial. O encontro é uma das etapas preparatórias para a IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (CONEPIR), prevista para acontecer entre os dias 20 e 22 de agosto, em Salvador.

Entre 8h e 18h, o Colégio Estadual de Seabra foi palco para dois eventos simultâneos: a Conferência Territorial da Chapada Diamantina e a Conferência Temática de Comunidades Tradicionais: Quilombolas, Pescadores e Marisqueiras. Neles, diversos segmentos sociais da região puderam discutir propostas de enfrentamento ao racismo estrutural e a construção de políticas públicas de promoção da igualdade racial com base nas necessidades reais dos territórios.

Organizado pela Secretaria da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), com apoio do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), do Conselho Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT) e do Conselho Estadual dos Povos Indígenas da Bahia (Copiba), as conferências foram pensadas para ser um espaço de escuta, construção coletiva e fortalecimento das políticas de igualdade racial que poderão ser implementadas no estado a partir da demanda dos povos e comunidades em questão.

Marisa Rosa dos Santos, da comunidade de Vazante, Seabra, acredita que eventos como esse são importantes para as comunidades serem ouvidas em suas necessidades. “Pra mim é muito importante a gente participar das conferências porque é nelas que a gente vai dizer o que a gente precisa. Lá em Brasília, eles fazem as leis, mas para fazerem as leis lá a gente tem que dizer o que a gente precisa na nossa realidade”, detalhou. Ela ainda afirma que é um espaço de acessar informações. “Estando presentes, a gente tem informações que as vezes não chegam até a gente. Além da gente fortalecer a luta, a gente se engrandece enquanto ser humano”, completou.

Vereador da cidade de Seabra, João Batista é de origem quilombola e concorda com Marisa. “Nós temos que aproveitar esse espaço de construção para trazer as nossas propostas para as comunidades de terreiro, os ciganos, os indígenas, os quilombolas, as marisqueiras e pescadores que estavam também participando dessa plenária de hoje.”

O vereador destacou que cada comunidade entende a sua própria realidade e deve aproveitar o seu lugar de fala. “É importante levar as nossas propostas porque cada um tem uma realidade diferente. Se agente não levar as nossas propostas podemos ficar de fora das políticas públicas, então é muito importante a gente estar aqui hoje. Quando a política pública vem de cima pra baixo chega sem fundamento porque nós que estamos vivendo a realidade”, destacou.

Em um dos momentos da conferência, os participantes foram divididos em grupos de trabalho e, nas rodas de discussão, foram debatidas e elencadas as principais propostas voltadas à construção de políticas públicas para a promoção da igualdade racial nos territórios. As propostas elaboradas foram apresentadas e aprovadas durante a plenária final, momento em que também foram eleitas(os) as(os) delegadas(os) que representarão os três territórios na etapa estadual.

Ananda Azevedo | Foto: Erlon Sousa/Sepromi

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