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Em Seabra, Jussiape e Ourolândia, Inema fará audiências públicas sobre linha de transmissão que impactará 17 municípios

Projeto Grande Sertão III será tema das discussões sob o viés dos impactos socioambientais que sua instalação poderá provocar; projeto deseja obter licença prévia (LP).

Nos próximos dias 18, 20 e 22, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) realizará audiências públicas nos municípios de Jussiape, Seabra e Ourolândia, respectivamente, como parte do processo de licenciamento ambiental do Projeto Grande Sertão III – Linha de Transmissão 500 kV Ourolândia II – Jussiape. O projeto é de responsabilidade da empresa Grande Sertão III Transmissora de Energia S.A.

De acordo com o que foi divulgado pelo Governo do Estado, as audiências têm como objetivo ouvir as comunidades que serão diretamente afetadas, além de apresentar os estudos ambientais referentes ao projeto. Será possível à comunidade esclarecer dúvidas sobre os impactos que a obra trará, além de contribuir com informações e sugestões que poderão ser incorporadas ao parecer técnico do órgão ambiental.

O Projeto Grande Sertão III passa atualmente pela fase inicial de licenciamento, voltada à obtenção da Licença Prévia (LP). Esse é um momento crucial, pois é quando são elaborados o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que apresentam as ameaças da obra e as medidas necessárias para reduzir ou compensar os seus impactos.

Essa implantação da linha de transmissão pretende reforçar o Sistema Interligado Nacional (SIN) para, de acordo com o que foi divulgado pelo governo, garantir mais segurança no fornecimento de energia elétrica para a região.

Municípios envolvidos

Jussiape, Ourolândia, Seabra, Boninal, Mucugê, Piatã, Abaíra, Palmeiras, Iraquara, Mulungu do Morro, Souto Soares, Cafarnaum, Canarana, Morro do Chapéu, América Dourada, João Dourado e São Gabriel.

Toda a sociedade é incentivada a acessar os estudos ambientais completos, que devem ser consultados no site do Inema, na seção Licenciamento – Audiências Públicas.

Linhas de transmissão e impactos

As linhas de transmissão são uma estruturas formadas por torres metálicas, cabos condutores e subestações projetadas para conduzir eletricidade de alta tensão do ponto de geração para as redes de distribuição.

As linhas de transmissão podem causar impactos ambientais e sociais. Já na fase de implantação, há perda de áreas de vegetação nativa, com fragmentação do ecossistema local, devido à abertura de corredores de servidão. A retirada da vegetação expõe o solo à ação da chuva, aumentando o risco de erosão e assoreamento de rios e córregos. Durante a construção e operação, há a possibilidade de emissões de gases, bem como de vazamento de óleo de transformadores, que podem contaminar o solo e a água. Durante a operação, os efeitos tornam-se cumulativos, afetando sobretudo a fauna: aves colidem com os cabos e podem ser eletrocutadas nos postes. Há estudos que apontam para o afastamento de outros animais pela presença e eletromagnetismo das estruturas.

Do ponto de vista social e comunitário, , além de gerar interferências nos sistemas de telecomunicações, como rádio e televisão. As terras onde são instaladas geralmente têm seu uso restrito, o que impacta na desvalorização de imóveis e à mudança de atividades econômicas e, em alguns casos, exige a remoção das comunidades onde serão instaladas. No caso das áreas de ocupação tradicional, causa conflitos em comunidades quilombolas, indígenas e agricultores familiares por afetarem as áreas de uso e ocupação tradicional. 

Para a saúde, em primeiro lugar, os ruídos audíveis emitidos pelas linhas geram um grande incômodo para quem vive ao seu redor. Além disso, a exposição a esses campos elétricos e magnéticos ainda são objetos de estudo e preocupação tanto em relação aos humanos quanto aos animais, especialmente em exposições prolongadas e intensas.

Fonte: Ascom/Inema | Foto: Feijão Almeida/GOVBA

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