Especialista alerta para o risco de colapso ambiental na principal fonte de água da Bahia, enquanto expões que autoridades ignoram sinais da desertificação.
No coração da Bahia, uma crise silenciosa avança com força: a desertificação já começou, e a vida de cerca de 15 milhões de pessoas está em risco. Em pleno século da emergência climática, cientistas políticos e ambientalistas denunciam a negligência das autoridades diante do colapso do ciclo das águas no estado — especialmente na região da Chapada Diamantina, considerada a “Caixa D’água” da Bahia e do Semiárido brasileiro.
Mais do que um destino turístico de paisagens instagramáveis, a Chapada abriga um ecossistema vital. De suas serras nascem rios que abastecem diversas bacias hidrográficas. Essa verdadeira engenharia natural, que garante a subsistência de milhões, está sob ameaça.
Diante da urgência, o filósofo e cientista político natural da Chapada Emerson Matos foi convidado para levar o tema ao centro do debate público. Durante o Congresso da Universidade Federal da Bahia (UFBA) deste ano, ele apresentará uma mesa dedicada ao papel estratégico da Chapada Diamantina na soberania hídrica do estado. O objetivo é alertar e pressionar por políticas públicas que reconheçam e protejam esse território essencial.
Emerson também é membro da MAPAS, entidade que trabalha pela promoção dos Direitos da Natureza no Brasil, e critica a falta de atuação do Estado na preservação dos recursos naturais. “A Bahia não possui um Plano de Desenvolvimento Integrado entre biomas, atividades produtivas, povos e territórios. Chegou a hora de construir isso, e vamos começar pelo direito de nossas águas”, explicou.
A expectativa é que o debate contribua para ampliar a conscientização e mobilizar ações concretas em defesa do ecossistema da Chapada, que segue sendo menosprezado em meio à corrida por desenvolvimento e exploração de recursos.
A mesa acontecerá no campus da UFBA de Ondina, no auditório da Escola de Medicina Veterinária, nesta terça-feira, 2, às 13h30, com entrada gratuita.
Ananda Azevedo | Foto de José Moitinho/pexels
