ICMBio divulga extensa programação de comemoração ao aniversário do Parque.
O Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD), que completa 40 anos em 2025, ocupa papel central na conservação dos ecossistemas da Serra do Sincorá e na proteção de nascentes que abastecem boa parte da Bahia. Não é a toa que vem sendo tema de reconhecimento sobre sua importância ambiental e cultural e reportagens especiais. A última delas, o Globo Repórter que trata exatamente dos 40 anos do Parque, acaba de ganhar o Prêmio Sebrae de Jornalismo.
Criado em 1985, o PNCD protege uma área extensa e diversa, com formações que vão de cânions, grutas e pequenos chapadões a vastas áreas de campos rupestres e matas de galeria, sendo área essencial para a pesquisa científica, o ecoturismo e atividades econômicas sustentáveis.
A administração do parque é responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia federal responsável por planejar, fiscalizar e executar ações de manejo, monitoramento e educação ambiental na unidade de conservação. Essa gestão exige articulação constante com municípios, comunidades tradicionais, pesquisadores e o setor de turismo para conciliar proteção ambiental e uso público.
Entre os aspectos sociais estão as comunidades rurais, tradicionais e quilombolas que vivem no entorno e dentro de áreas de amortecimento, cujo modo de vida e renda se entrelaçam historicamente com o território. A participação desses atores em programas de manejo, visitação e iniciativas de turismo comunitário é considerada essencial para a governança do parque e para que a conservação traga benefícios locais, sem excluir populações tradicionais.
Desafios
Os desafios para manter um Parque Nacional tão grande e complexo são múltiplos: pressão por desmatamento para expansão agrícola, risco recorrente de incêndios florestais, crescimento desordenado do turismo sem infraestrutura adequada, coleta e extração de recursos naturais, além da necessidade de financiamento contínuo para fiscalização e monitoramento científico. A vastidão do território e a complexidade dos acessos dificultam a atuação rápida de brigadas em emergências ambientais.
Preservar o PNCD significa proteger serviços ecossistêmicos fundamentais para a Chapada Diamantina e além — manutenção de nascentes, regulação hídrica, conservação de espécies endêmicas e suporte a cadeias produtivas sustentáveis. A celebração dos 40 anos é também um alerta: é preciso ampliar investimentos em prevenção de incêndios, apoio a projetos de restauração, fortalecer a presença estatal e incentivar práticas locais que reduzam a pressão antrópica, garantindo que o patrimônio natural e cultural da Chapada permaneça íntegro para as próximas gerações.
Comemoração oficial
Nessa terça, 16, a administração do Parque divulgou as atividades em curso para a comemoração dos 40 anos do PNCD. Dentre as atividades, a educação ambiental é uma das prioridades com a ação Parque Nacional nas Escolas, que visitará unidades escolares em Palmeiras, Mucugê, Andaraí, Lençóis, Itaetê e Ibicoara, incluindo escolas municipais, estaduais e unidades em comunidades tradicionais quilombolas.
Além disso, haverá um café da manhã em homenagem aos veteranos responsáveis pela implementação do Parque, a abertura de uma exposição fotográfica itinerante sobre o Parque Nacional e o lançamento de episódios especiais do podcast ‘Vozes Diamantinas’, produzido por estudantes da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), campus Seabra.
A programação teve início em 16/9 e segue até a próxima sexta-feira, 19.
É possível conferir a programação completa na página do Parque Nacional da Chapada Diamantina: https://parnachapadadiamantina.blogspot.com/


Ananda Azevedo | Foto: GovBR ICMBio (https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/caatinga/lista-de-ucs/parna-da-chapada-da-diamantina/informacoes-sobre-visitacao-parna-da-chapada-da-diamantina)