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Piatã: incêndio florestal de grandes proporções mobiliza brigadistas na Serra de Santana

Incêndio foi controlado pela Brigada Voluntária Altitude Ambiental e região segue sob monitoramento dos Bombeiros da Base Florestal da Chapada.

Na tarde da última segunda-feira, 22, um incêndio foi registrado na Serra de Santana, em trecho de difícil acesso do Parque Municipal, próximo à comunidade do Piauí, em Piatã, na Chapada Diamantina. A Brigada Voluntária Altitude Ambiental foi acionada assim que o incêndio foi detectado e, após horas de trabalho intenso, conseguiu controlar as chamas.

No entanto, o terreno acidentado, marcado por fendas e buracos, provavelmente escondeu brasas remanescentes e, no dia seguinte, houve a reignição do fogo em novos pontos, ampliando a área afetada. Em resposta, 25 brigadistas retornaram ao local para atuar de forma coordenada, controlar as chamas, impedir a propagação e restabelecer rapidamente os perímetros de segurança.

Ao final da tarde, o Corpo de Bombeiros da Base Florestal da Chapada foi acionado e seguiu de pronto para a região, onde permanecerá por todo o dia nesta quarta-feira, 24, para realizar o rescaldo e ações de monitoramento de áreas suspeitas de renovação de focos de calor.

Ricardo Xavier, chefe da brigada e secretário municipal de Turismo, ressaltou o trabalho da brigada voluntária nas ações empreendidas empreendidas e a atuação dos bombeiros no rescaldo. O apoio da Prefeitura Municipal também foi pontuado pelo secretário, em entrevista ao Chapada News. De acordo com Ricardo, o suporte fornecido foi essencial para garantir um combate célere e eficaz.

Infelizmente, o incêndio foi atribuído ao uso inadequado do fogo por uma família que realizava limpeza de roça — prática de queima controlada — que está suspensa na Chapada Diamantina e em outros municípios do Estado.

Chapada Diamantina

Além de Piatã, a Chapada Diamantina tem histórico de recorrência de incêndios com consequências graves. Em diversas ocasiões, chamas já devastaram vasta extensão de fauna e flora, reduzindo habitat de espécies endêmicas e ampliando o risco de erosão do solo. Essas ocorrências ressaltam a vulnerabilidade da região às queimadas, intensificada pelo clima seco, pelo relevo acidentado e pela carência de ações permanentes de prevenção e combate.

A perda de biodiversidade, o comprometimento de nascentes, a degradação do solo e o afastamento de visitantes são alguns dos impactos imediatos, mas a regeneração pode levar décadas. A articulação entre poder público, brigadas voluntárias e moradores é essencial para fortalecer o monitoramento, ampliar o uso de tecnologias de detecção precoce e promover campanhas de conscientização sobre os riscos e a ilegalidade das queimadas.

O episódio reforça a necessidade de educar moradores sobre métodos mecânicos e manuais de manejo agrícola e de ampliar ações preventivas, como patrulhamento ambiental e campanhas de conscientização. Só com esforço conjunto será possível proteger a vegetação da Chapada Diamantina e evitar que queimadas ameacem permanentemente esse ecossistema único.

Ananda Azevedo | Foto e imagens: Brigada Voluntária Altitude Ambiental

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