Programa chega aos 18 anos ampliando recursos e número de projetos contemplados para blocos e entidades culturais de matrizes africanas.
O Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura (Secult-BA), lançou nesta sexta-feira (26) o Edital Ouro Negro 2026, com um investimento recorde de R$ 17 milhões para o fortalecimento de entidades culturais de matrizes africanas. O anúncio foi feito na Praça Tereza Batista, no Pelourinho, e contou com a presença de representantes das agremiações.
O valor representa R$ 2 milhões a mais em relação a 2025 e marca os 18 anos do programa, que tem papel fundamental na preservação das tradições afro-brasileiras no Carnaval de Salvador e em outras cinco festas populares: Lavagem do Bonfim, Lavagem de Itapuã, Lavagem de Purificação (Santo Amaro), Micareta de Feira de Santana e Festa de Reis de Cachoeira, além do Carnaval do Interior.
Este ano, serão selecionados 138 projetos, número superior aos 112 contemplados em 2025, beneficiando 120 entidades culturais. Entre elas estão blocos afro, afoxés, blocos de índio, samba e reggae. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 15 de outubro, por meio de formulário online disponível no link oficial do edital.
“A partir do diálogo, da experiência e dos resultados que esse programa gera, o Governo do Estado amplia, mais uma vez, o Ouro Negro, garantindo a preservação da história e ancestralidade do povo baiano no carnaval e nas festas populares”, afirmou o secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro.
O Ouro Negro 2026 traz novidades em relação à edição anterior, como a simplificação da entrega de documentos de habilitação e a criação de uma nova faixa de valor de R$ 300 mil. Segundo a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), a ampliação reforça o compromisso com a democratização do acesso aos recursos, a diversidade cultural e a igualdade racial.
“Ao ampliar o investimento e garantir a participação de blocos e entidades de matrizes africanas, o Governo do Estado valoriza tradições, fortalece o legado dos nossos ancestrais e promove a igualdade racial por meio da cultura. É um momento histórico de reconhecimento e de celebração da diversidade que faz da Bahia uma referência no mundo”, destacou a secretária da Sepromi, Ângela Guimarães.
O processo seletivo será realizado em duas etapas: análise de mérito (considerando histórico da entidade, relevância sociocultural, atuação comunitária e critérios de diversidade na gestão) e habilitação documental.
Criado em 2008, o Programa Ouro Negro é resultado da parceria entre a Secult-BA e a Sepromi e está previsto no Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa da Bahia (Lei nº 13.182/2014).
O edital completo está disponível em: www.ba.gov.br/cultura/edital-ouro-negro-2026
Fonte: Ascom/Secult-BA | Foto: Thuane Maria/GOVBA