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Após protesto em Wagner, Inema suspende outorgas de uso da água no Rio Utinga

Manifestação popular pressiona governo estadual e leva à suspensão temporária de captações para irrigação agrícola na Chapada Diamantina.

Após a manifestação popular realizada nesta terça-feira (7), com bloqueio da BA-142, no município de Wagner, a Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) anunciou a suspensão de 40% do volume outorgado para captação de água superficial e subterrânea na Sub-bacia Hidrográfica do Rio Utinga. A medida, publicada por meio da Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Portaria nº 33.883 de 7 de outubro de 2025), vale até ulterior deliberação e exclui apenas os usos destinados ao abastecimento humano e à dessedentação animal.

A portaria atinge captações nos mananciais Riacho Ponte da Tábua, Rio Mucambo, Riacho da Lajinha, Rio Cachoeirinha e Rio Bonito, além de outros afluentes da bacia.

Confira a portaria na íntegra.

Pressão popular por água

As comunidades de Wagner e Utinga bloquearam a rodovia estadual para denunciar o colapso hídrico do Rio Utinga. De acordo com os manifestantes, há mais de dois meses o rio está completamente seco na parte baixa, embora ainda haja vazão na nascente. Eles atribuem o problema ao consumo excessivo por grandes produtores agrícolas na parte alta do rio, que estariam utilizando sistemas de irrigação intensiva sem fiscalização.

“O problema não é falta de água, é o uso descontrolado. Queremos que o Inema fiscalize onde realmente precisa e suspenda a irrigação nas áreas que ainda têm água”, afirmou um morador durante a manifestação.

Conflito pelo uso da água

A expansão da agricultura irrigada na região tem intensificado os conflitos pelo uso da água, principalmente em períodos de estiagem. Pequenos produtores e moradores das comunidades ribeirinhas relatam dificuldades para abastecimento doméstico e manutenção da produção de subsistência.

Com a decisão do Inema, as outorgas ficam suspensas até nova análise técnica, o que, segundo o órgão, tem como objetivo “garantir a prioridade para o consumo humano e animal em cenário de escassez”.

Ananda Azevedo | Foto ilustrativa: Tiago Dantas/Sema

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