Educadores denunciam falta de investimentos e alertam para novas mobilizações caso prefeitura não cumpra decisões judiciais sobre o pagamento dos valores referentes ao Fundef.
Os professores da rede municipal de Piatã, na Chapada Diamantina, realizaram uma paralisação nesta segunda-feira (17) para cobrar o pagamento dos precatórios do Fundef e reivindicar melhores condições de trabalho e ensino. A mobilização, que contou com faixas, cartazes e um discurso aberto com a sociedade, expôs o que os educadores classificam como um cenário “caótico” na educação do município.
De acordo com a Associação dos Professores e Licenciados do Brasil (APLB) Sindicato, o município recebeu mais de R$ 30 milhões em precatórios do Fundef em 2025, mas não destinou aos professores a parcela que lhes cabe por lei. Além disso, a entidade afirma ainda que os recursos não vêm sendo aplicados de forma adequada na educação.
Márcio Novais, diretor da APLB na cidade, destacou durante o ato o processo de judicialização envolvendo os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef). Segundo ele, a prefeitura tem recorrido sucessivamente das decisões judiciais que determinam o pagamento correto aos educadores.
Durante a manifestação, os professores dialogaram com pais, estudantes e moradores, pedindo que a comunidade se una ao movimento. O objetivo é pressionar a gestão municipal a regularizar os pagamentos e ampliar os investimentos na infraestrutura das escolas.
Os educadores afirmam que só com condições dignas de trabalho e com a aplicação correta dos recursos será possível garantir avanços significativos na qualidade da educação em Piatã.
O Secretário de Educação do município, Zalmi Marques, está em viagem, mas em breve conversa com o Chapada News, afirmou ter acompanhado de forma virtual a manifestação. Segundo o gestor da pasta, após a manifestação, os próximos passos serão avaliados, já que estava em tratativa com os professores.
O gestor afirma que reconhece o direito dos professores aos recursos do precatório, inclusive com os juros e mora, mas que há uma divergência entre os valores cobrados pelos professores e os calculados pela gestão.
De acordo com os educadores, no entanto, desde 2022, a gestão vem fazendo pagamentos sem o cumprimento dos 60% do repasse do Fundef, sendo que em 2023, o recurso teria sido gasto integralmente pela prefeitura, fato que teria se repetido em 2024 e 2025, como afirmou, em vídeo a dirigente regional da APLB, Adriana Oliveira. O dirigente local alertou que, caso o gestor municipal continue descumprindo a legislação, uma nova paralisação poderá ser deflagrada.
Ananda Azevedo | Foto: Reprodução Redes Sociais


