Rios de Sangue, peça Inspirada no livro “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, foi criada por estudantes de Iraquara, e conecta literatura, ancestralidade e educação em espetáculo que percorre comunidades quilombolas.
A força da literatura, a memória ancestral e o poder da educação se encontram em “Rios de Sangue”, espetáculo teatral nascido no Colégio Estadual de Tempo Integral de Iraquara, na Chapada Diamantina. Inspirada no romance Torto Arado, do escritor baiano Itamar Vieira Junior, a peça transforma o aprendizado escolar em arte viva ao integrar os saberes da escola com os das comunidades quilombolas locais.
O projeto surgiu a partir da iniciativa “Leituras Negras”, idealizada pela professora Qircia Fonseca, com o objetivo de promover o diálogo entre conhecimentos acadêmicos e saberes tradicionais. A partir desse encontro, estudantes e moradores quilombolas construíram coletivamente cenas que expressam a resistência, a beleza e a espiritualidade do povo preto, em uma linguagem cênica pulsante e decolonial.
Composto por 11 cenas que mesclam vídeo, música e performance, o espetáculo dá voz às mulheres quilombolas e aproxima o universo literário de Torto Arado à realidade local.
A peça emocionou plateias na escola, no Parque da Dolina, na Feira Literária de Mucugê (FLIGÊ) e no Instituto Federal da Bahia (IFBA), e agora segue em circulação pelas comunidades quilombolas da região. A agenda de novembro conta com duas apresentações, uma nesta quarta, 19, em Parnaíba (Iraquara), e outra amanhã, 20, na Comunidade Quilombola do Mato Preto.
O impacto do projeto ultrapassou os muros da escola e impulsionou a criação do Coletivo de Teatro Griô, formado por estudantes e professores em um trabalho colaborativo e enraizado na comunidade. De acordo com o grupo, “Rios de Sangue” se tornou um rio simbólico que corre pelas veias do povo preto, convidando cada espectador a escutar o que essas águas têm a dizer.
Com informações da assessoria | Foto destaque: Ângela Menezes
