“Pra quê turista duro?” Declaração foi feita durante sessão extraordinária que discutiu e aprovou a criação de taxa turística no município.
O vereador Eduardo Antônio (Solidariedade), conhecido como Dudu, provocou forte repercussão ao afirmar, durante sessão extraordinária realizada nesta segunda-feira (29), que turistas que não puderem pagar a taxa turística proposta pelo Projeto de Lei nº 1.123/2025 não precisam visitar o município de Palmeiras, na Chapada Diamantina.
Durante a fala na Câmara Municipal, o parlamentar declarou que o valor da taxa deve girar em torno de R$ 50 por visitante e fez comentários que geraram críticas imediatas. “Quem vai pagar é o turista. Um turista não puder pagar no mês 50 reais, meu Deus, pode voltar, não precisa nem vir para cá. Para quê turista duro?”, afirmou o vereador durante a audiência.
Na mesma sessão, Eduardo Antônio reforçou apoio ao projeto, argumentando que a cobrança seria uma oportunidade para o prefeito investir em melhorias no Vale do Capão, distrito de Palmeiras que é um dos principais destinos turísticos da Chapada Diamantina. Segundo ele, os recursos arrecadados precisam ser aplicados de forma prática e com fiscalização. Confira.
A proposta, votada e aprovada com emendas na sessão desta segunda, já enfrentava forte resistência de movimentos sociais e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que emitiu uma nota técnica no último dia 19 – quando da primeira submissão do PL à votação.
A falta de audiências públicas para discutir a proposta foi um dos pontos de maior crítica. Entidades e moradores defenderam a necessidade de realização de audiências públicas e a criação de mecanismos claros de controle e fiscalização sobre a aplicação dos recursos, especialmente porque há um outro PL, o 1124/2025, que institui o Código Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Palmeiras-BA, em cujo bojo é proposta de alteração de natureza do Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMMAP), de deliberativa para meramente consultiva, entre outros itens.
O debate segue acalorado e evidencia a tensão entre o estímulo ao turismo, a preservação ambiental e a participação popular nas decisões que afetam o município.
Ananda Azevedo | Foto: Marcelo Issa_Photrilha


