O prefeito de Seabra, Fábio Miranda, concedeu entrevista, nesta sexta-feira (23), à Rádio Nova Web, para rebater as alegações do Governador do Estado Rui Costa (PT), que esteve na cidade na quinta-feira (22), em ato de campanha, juntamente com a Caravana do candidato ao governo do estado, Jerônimo (PT). Fábio rebateu as alegações feitas pelo Governador, no palanque, de que ele, Rui, foi o prefeito de Seabra nesses seis anos, além dos xingamentos direcionado ao prefeito, sobre caráter, verdades e mentiras.
“Quem tem argumentos não precisa de xingamentos. Internalizei essa frase, dita no passado por Jakques Wagner. Jamais denegri ou difamei a história de vida de quem quer que seja, apenas apresentei à sociedade os fatos e as dificuldades que estamos enfrentando”, inicia o prefeito que ainda reforça que, desde 2017, quando assumiu a gestão de Seabra, ele, Fábio, sempre foi o prefeito, jamais o Governador, e se tiver que dividir com alguém as alegrias e as dificuldades da administração, ele escolhe os candidatos a deputado Nelson Leal e Cláudio Cajado como compartilhadores da gestão.
Fábio também destaca que a grande repercussão gerada pela sua declaração de apoio a ACM Neto, se deu, devido à cidade de Seabra ter, nas eleições passadas, um índice de 94% dos votos e reforça que ele precisava assumir uma posição, não podia ficar no meio termo. “Seabra, apesar de ter uma população inferior a 50 mil habitantes, é uma cidade que influencia diretamente diversas outras cidades no entorno, é uma cidade polo”, conclui Fábio.
E, respondendo sobre as obras que o governador citou como sendo de sua autoria, Fábio destaca que os hospitais são obras estruturantes para a Chapada Diamantina e não exclusivamente para Seabra. E relembra que, em 2017, quando iniciou a gestão, foi o município que arcou com o atendimento à população, dispondo apenas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pois o Hospital Frei Justo Venture, que dava suporte à cidade estava fechado desde 2016, inclusive, pelo próprio governo do estado, deixando a sociedade amargurada.
Sobre a Maternidade Frei Justo Venture, que foi dito pelo governador que o Prefeito disse que “por mim fica fechada”, ao não assumir a abertura da mesma, Fabio esclarece que uma de suas maiores lutas foi que o povo de Seabra, nascesse em Seabra. “O Secretário de Saúde, na época Fábio Villas Boas, me apresentou um documento com um valor de funcionamento estimado em R$1.164.000,00. Eu disse, naquele período, e que não fazia o menor sentido Seabra arcar com os custos de abertura de uma maternidade que atenderia a Chapada Diamantina… Não adianta o prefeito envaidecer, abrir e depois de dois meses não aguentar arcar com os custos”, reforça Fábio.
O prefeito ainda esclarece que tomou a decisão de apoiar a oposição a essa altura do momento eleitoral “aos 45 do segundo tempo”, porque, apesar de seis anos de governo, foi ingênuo em acreditar no governo. Ficou preso, esse tempo todo, nas promessas feitas e assinadas por Rui Costa. Por fim, ele percebeu que tais promessas não passavam de iscas, pois o interesse maior do governo do estado era em ele ir tirar foto, filmar, assumir posição. E dentre todas as promessas, as que mais lhe motivaram à mudança de apoio, foi o não cumprimento do fornecimento das 1.300 toneladas de emulsão asfáltica para a pavimentação asfáltica das estradas de Jatobá/Baraúnas e Lagoa da Boa Vista e a fila da Regulação do SUS, do estado, que lhe “dói“, ver tanta demora.
Fabio Miranda ainda enumera várias obras feitas ou pela prefeitura, com recursos próprios, ou por emendas dos deputados Nelson Leal e Claudio Cajado, como, por exemplo, pavimentação no Bairro Santa Luzia, no Bairro União até o Poço Grande, na Boa Vista, na Lagoa da Boa Vista, Jatobá, Velame, Bebedouro dentre outras localidades. Também arcaram com iluminações da BR ao Mercadão, com melhorias de escolas em diversos povoados, usando os 40% dos precatórios. Também citou praças construídas na sede e em várias zonas rurais, a Feira livre e o CRAS em Vale do Paraíso. E enumera os diversos poços artesianos abertos em diversos povoados e destaca que o município ainda arca com os custos de funcionamento e manutenção de mais 85 poços artesianos.
Questionado sobre uma possível Lista de Demissões ocorridas no Hospital Regional da Chapada e na Maternidade Frei Justo Venture, Fábio responde que, desconhece tal lista, pois o Município não tem acesso às admissões e demissões dessas unidades, que são feitas por uma terceirizada, mas assume, que como Gestor, ele zela pelo bom funcionamento da saúde na cidade, e que em algum momento, pediu sim, para demitir algum mau funcionário que, a população, por diversas vezes, trazia reclamação e que atravancava a relação com a prefeitura, principalmente na gestão passada do Hospital Regional. Entretanto, ressalta que, ultimamente, a Prefeitura e os Hospitais tem uma boa comunicação. “Sempre houve da minha parte um questionamento aos maus funcionários, isso não tem nada a ver com política… O Hospital da Chapada é um órgão ligado ao governo do estado, lá há uma terceirizada, e nós não temos relação de imposição de quem coloca e quem tira, não temos esse contato com a empresa, ela é ligada ao governo do estado, esse questionamento [da lista de demissão] cabe ao governador, ao município, não”, conclui Fábio.
Fábio encerra a entrevista deixando claro que vota em Lula (PT) para presidente e esclarece que administrativamente não está tendo nenhum problema com os vereadores, que democraticamente, cada um assumiu os candidatos a deputados diferentes dos seus, e que somente o futuro dirá como ficará seu governo na prefeitura de Seabra. Acompanhe o vídeo (103) Seabra: Em entrevista prefeito Fábio Miranda explica sua saída da base do Governo do Estado – YouTube).
Chapada News.