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Itaetê ganha cozinha comunitária que alia geração de renda à conservação de espécies

Espaço será usado por mulheres de três assentamentos para produção de alimentos para consumo próprio e venda para turistas e outros interessados.

Na tarde do último sábado (31), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) inaugurou, no assentamento Colônia, no município de Itaetê, na Chapada Diamantina, a Cozinha Comunitária Lícia Maria, por meio de iniciativa do Plano de Ação Territorial Chapada Diamantina-Serra da Jiboia (PAT), dentro da “Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas – Pró-Espécies”, que visa contribuir para a conservação de espécies ameaçadas de extinção presentes no território, além de fortalecer a geração de renda e o protagonismo feminino.

Com foco em práticas alimentares sustentáveis, o espaço será utilizado por mulheres dos assentamentos de Colônia, Baixão e Europa, tanto para o consumo próprio das famílias quanto para atender turistas e comercializar produtos regionais da comunidade, fomentando o turismo de base comunitária (TBC).

O espaço teve como ponto de partida a primeira oficina de culinária sustentável, realizada em outubro de 2022, e é fruto de um investimento de R$ 368 mil, financiado pelo Banco Mundial com gestão do FUNBIO, WWF-Brasil e coordenados pelo Ministério do Meio Ambiente.

A inauguração contou com a presença de moradores, lideranças comunitárias, autoridades municipais e, representando o Inema, Sara Alves, coordenadora do Plano de Ação Territorial – PAT Chapada Diamantina–Serra da Jiboia, que contou como surgiu a iniciativa. “Um dos objetivos do PAT era trabalhar a ameaça do turismo desordenado. Nessa perspectiva, realizamos uma oficina de culinária sustentável com mulheres dos três assentamentos de Itaetê. Ao final, elas pediram para continuar aplicando o que aprenderam com uma cozinha comunitária. No início, achei que não seria incluída no  Projeto Pró Espécies, mas levei a demanda, e foi aprovada”, explicou.

“Aqui há muitos quintais produtivos, e a oficina usou os alimentos desses quintais. A partir daí, conversamos sobre conservação, biodiversidade e como isso poderia gerar renda e fortalecer o TBC. Assim, surgiu a ideia da cozinha comunitária”, relatou Sara Alves.

Para Marilza Carvalho, moradora de Colônia há mais de 45 anos, a cozinha trará benefícios para a comunidade. “Nós vamos produzir biscoitos, sequilhos, avoador, polpa de fruta e geleias, pois temos muitas frutas, e vamos vender aqui e para toda a cidade.”

A professora Yanca Gonçalves, integrante do grupo de mães, destacou a importância da iniciativa. “Percebo que nossa comunidade tem muito potencial para produzir alimentos a partir da agricultura familiar. Com a chegada da cozinha comunitária, nossa associação será fortalecida, e as mulheres estarão ainda mais unidas em torno de um propósito maior”, destacou.

O espaço leva o nome de Lícia Maria, uma das moradoras do assentamento que marcou a trajetória da comunidade com seu engajamento. Lícia Cristina, de 43 anos, filha de dona Lícia Maria, falou sobre como é especial ver que os gestos de amor da mãe continuam vivos na comunidade: “Ver esse espaço comunitário, coletivo, com estrutura, levando o nome dela, mostra que o amor que ela plantou lá atrás continua reverberando. A comunidade segue se ajudando, agora com ainda mais força.”

PAT

O Plano de Ação Territorial (PAT) Chapada Diamantina-Serra da Jiboia é executado em parceria pelo INEMA, SEMA e o WWF-Brasil dentro da “Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas – Pró-Espécies: Todos contra a extinção”, abrangendo 56 municípios baianos e uma área de quase 4 milhões de hectares.

Fonte: Ascom/Sema | Foto: Ascom/Sema

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