Projeto apoiado pela Lei Paulo Gustavo fortalece o Hip-Hop na Bahia.
O cenário do Hip-Hop na Bahia ganha um novo impulso com a realização do Programa Acelera RAP, iniciativa pioneira no estado voltada à formação e profissionalização de MCs, DJs e produtores musicais independentes. Financiado pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), e com coordenação do Ministério da Cultura e do Governo Federal, o projeto foi idealizado pelo Coletivo Sociocultural Fábrica de Rimas e promoveu um ciclo completo de capacitação para artistas de diferentes regiões do estado.
Em maio, o Acelera RAP anunciou os vencedores da sua primeira edição: Kaila Barreto (Seabra), Alfão (Salvador) e Bruno Kroz (Salvador). Os três artistas foram selecionados entre os 30 participantes do programa, que recebeu 240 inscrições de cerca de 40 municípios baianos. Cada vencedor receberá um incentivo financeiro de R$5 mil para investir em seus projetos musicais.
Durante o programa, os participantes tiveram acesso a formações teóricas e práticas com foco em temas como cultura Hip-Hop, direitos autorais, distribuição digital, marketing artístico e registro de marcas. As atividades foram conduzidas por especialistas do mercado da música independente, aliando conhecimento técnico e estratégias de carreira.
Para Kaila Barreto, multiartista e rapper da Chapada Diamantina, o Acelera RAP representou um divisor de águas. “Aprender sobre o mercado da música em suas várias nuances, ser incentivada com carinho, educação e apoio financeiro transforma a realidade de jovens artistas. O projeto aguça nossa visão, nos edifica e nos prepara para sermos referências”, afirmou.
Outro destaque da edição foi o rapper Alfão, do bairro do Garcia, em Salvador, que trouxe para o programa sua linguagem irreverente e influências do samba e da malandragem. “O projeto me fez acreditar que é possível viver da música do jeito certo. É o impulso que eu precisava para tirar projetos do papel”, disse o artista, que acaba de lançar sua LESGUIREY MIXTAPE vol.1, gravada no Cremenow Studio.
Já Bruno Kroz, um dos principais nomes do Grime no Brasil e fundador do coletivo soteropolitano 4º Sujo, celebrou a experiência como um marco em sua trajetória. “Cada minuto das aulas e cada centavo investido vão gerar frutos não apenas para mim, mas para o fortalecimento do Hip-Hop soteropolitano”, afirmou.
INCLUSÃO SOCIAL – Além do foco na qualificação profissional, o Acelera RAP também atuou como ferramenta de inclusão social e valorização da diversidade. O processo seletivo priorizou a participação de pessoas negras, mulheres cis e trans, indígenas, pessoas com deficiência e estudantes da rede pública. Um levantamento interno mostrou que 88,7% dos inscritos se autodeclararam negros, e mais de 60% já atuam no rap há mais de cinco anos.
Para o coordenador geral do programa, Well Santiago, os resultados confirmam o êxito da iniciativa.
“O Acelera RAP levou conhecimento e ferramentas práticas a artistas de diversas regiões da Bahia. Tivemos trocas potentes e resultados que nos enchem de orgulho. Esta foi apenas a primeira de muitas edições que ainda virão”, concluiu.
O Programa Acelera RAP foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e teve apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.
Fonte: Secult | Foto: Alfredo Lima