Neste dia 3 de julho, Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, Polícia Civil afirma reforçar investigações e acolhimento às vítimas.
No primeiro semestre de 2025, a Bahia registrou 502 ocorrências relacionadas a crimes de injúria racial, racismo e discriminação por raça, cor, etnia e religião. O número representa um aumento de 51,2% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram computados 332 registros. A Polícia Civil afirma que este crescimento está relacionado à ampliação dos canais de denúncia e à maior confiança da população nas instituições.
Parte desses números apresentou queda, como os crimes cometidos em contexto de descontração e lazer, que caíram 38,9%; os praticados por meios de comunicação social, que recuaram 45,8%; além dos registros de propaganda discriminatória que foram zerados. Os dados são do Instituto de Segurança Pública, Estatística e Pesquisa Criminal (ISPE).
A intensificação das ações integra uma política pública mais ampla do Governo do Estado da Bahia, por meio da Polícia Civil, que inclui a criação da Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (Decrin), a atuação da Rede de Combate ao Racismo, composta por diversos órgãos e entidades da sociedade civil e o funcionamento do Centro de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi). O centro oferece atendimento jurídico, psicológico e social às vítimas, além de promover ações educativas e campanhas de conscientização em todo o estado.
Com o intuito de aprimorar os trabalhos de enfrentamento, o delegado-geral André Viana participou, nesta quinta-feira (3), de uma reunião na sede da Sepromi, ao lado da diretora do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV), Juliana Fontes Barbosa, e do delegado titular da Decrin, Ricardo Amorim. O encontro com a secretária da Sepromi, Ângela Guimarães, e integrantes da pasta e da Polícia Civil teve como objetivo alinhar estratégias para fortalecer a atuação da instituição no combate aos crimes de racismo em todo o estado.

No Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial, o delegado Ricardo Amorim reforçou o papel da Polícia Civil no enfrentamento a esses crimes. “Essa data é referência à primeira lei que considerou o racismo uma contravenção penal no Brasil. O tempo passou, a legislação avançou, e hoje o racismo é crime inafiançável e imprescritível, com pena de até cinco anos de reclusão. A Polícia Civil também evoluiu. Hoje contamos com a delegacia especializada de combate ao racismo e à intolerância religiosa, que diariamente investiga casos de racismo, intolerância e LGBTfobia em Salvador e dá apoio a todas as delegacias do estado. É a Polícia Civil cada vez mais forte no combate a esse crime tão grave em nossa sociedade”, afirmou.
Fonte: Pedro Moraes / Ascom PCBA | Foto: Thuane Maria / GOVBA